Feitas as contas, foi apenas há dois meses e meio que um matemático semi-obscuro conseguiu concitar as atenções gerais prometendo, num artigo do Observador, um tsunami - e a palavra foi mesmo essa - infeccioso para dali a poucos dias. De um registo inicial de 245 no dia 14 de Março, o cientista previa 16 a 48 mil infectados até ao final daquele mesmo mês de Março. E depois, as datas começaram a acontecer, o tsunami não se concretizou, nem nada que se parecesse, no Observador assobiou-se para o lado como se eles nada tivessem a ver com a divulgação dada aos estudos de Jorge Buescu e, pela enésima vez, a opinião pública acaba sendo toureada pela opinião publicada, sem que a primeira pedisse satisfações à segunda pelo logro.
Dois meses e meio representam uma eternidade em termos noticiosos, mas deu-se a curiosidade matemática que, no fim do mês de Maio (portanto dois meses depois da última vez que tivemos uma oportunidade de ver a «dimensão do tsunami»), o número de infectados em Portugal atingiu os 32 mil, o que corresponde precisamente à média aritmética entre os dois cenários originais de Buescu (16 e 48 mil). Visto nessa perspectiva, até estou a ver José Manuel Fernandes (que, a propósito de Trump consegue argumentar os mais caprichados disparates) a dizer também neste caso, que Jorge Buescu até acertou nas previsões, só que houve um pequeno problema de datas...
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