13 junho 2020

UMA OUTRA CIMEIRA HISTÓRICA HÁ VINTE ANOS

13 de Junho de 2000. Quase cinquenta anos passados sobre a eclosão da Guerra da Coreia, tem lugar na capital da Coreia da Norte (o país que desencadeou essa guerra) a primeira cimeira intercoreana com a presença dos presidentes das duas Coreias - a do Norte, a invasora, e a do Sul, a invadida. O ambiente parece ter sido tenso e pouco propenso a sorrisos (foto acima), mas isso não impediu que o acontecimento tivesse sido classificado - previsivelmente - pelos órgãos de informação de todo o mundo como histórico. Como tradicionalmente, quando os acontecimentos são assim classificados no momento em que ocorrem, existe uma grande probabilidade que acabem varridos para o caixote do lixo do esquecimento. Foi o caso. Não ajudou nada ao prestígio dos intervenientes ter-se vindo a descobrir que a Coreia do Sul pagara algumas centenas de milhões de dólares à Coreia do Norte, já que o evento fora um impulso na carreira doméstica e internacional do presidente sul-coreano Kim Dae-Jung (acima, à esquerda). Ele veio inclusive a receber o Prémio Nobel da Paz em 2000. Enfim, aspectos do assunto que não se sabiam na altura da cimeira e que não interessa agora desenvolver...
O que é interessante para acrescentar nesta história, para além da celebração do vigésimo aniversário do acontecimento, é que depois da cimeira histórica de 2000, ter-se-á desencadeado uma tendência para que se repetissem as cimeiras históricas, em 2007, em 2018 (três - Abril, Maio e Setembro), a ponto de se poder dizer, como se lê acima, que existe uma história destas cimeiras históricas. Mas o assunto desta história histórica estava ainda longe de estar encerrado pois, para além da sempre ansiada reunificação das duas Coreias, ele recebeu o contributo mais recente, exuberante e portentoso de Donald Trump. Com este último, e com as cimeiras que ele já arranjou à sua conta (Singapura, Hanói, DMZ - abaixo), aquela que fora até então uma história histórica, tornou-se uma história histórica histriónico. Donald J. Trump que, recorde-se, e como o outro, não é homem que não tenhamos em conta de dizer que não a comprar um Prémio Nobel da Paz...

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