Existe um exercício que consiste em colocar cada uma das mãos numa vasilha de água quente e numa vasilha de água fria. Quando as mudamos simultaneamente para uma vasilha com água tépida, a água parece-nos fria num dos casos e quente no outro, o que comprova que aquilo que fora a experiência prévia condiciona a nossa apreciação da nova situação. Outra experiência equivalente, mas visual, é a que se pode apreciar mais acima: os dois círculos têm precisamente o mesmo tom, embora não o pareça por causa do contraste com o que está por detrás. A semana que passou, foi com uma boa dose de desinteresse que se noticiou a apresentação de mais um milhão e meio de pedidos de desemprego nos Estados Unidos. Se acreditarmos no que a Lusa escreve, até parece uma melhoria (Inscritos para subsídios de desemprego baixam para 1,54 milhões nos EUA). Mas não é. Serão «apenas» mais um milhão e meio de pedidos depois de uma série de pedidos semanais que perfazem um total de mais de quarenta milhões nas semanas precedentes. Quando, por exemplo, se vomita, a partir de certa altura reduz-se o débito porque já resta pouco conteúdo dentro do estômago. Aqui é semelhante e não é transcendental perceber isso. E o que me parece embaraçoso aqui nem é o recurso à propaganda para minimizar a seriedade da situação: é a constatação que a propaganda só precisa de ser tão básica e elementar, demonstrando que aqueles a quem ela se destina são muito estúpidos.
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