«Londres, 5 (de Junho de 1950) - No seu relatório anual, a «Anglo Portuguese Telephone Company», revela que durante o exercício de 1949 as receitas brutas da sociedade se elevaram a 939.664 libras esterlinas contra 846.664 em 1948, enquanto que as despesas de exploração somaram 878.632 libras contra 786.191, deixando um lucro líquido de 61.031 libras contra 60.473. O dividendo habitual de 8% sobre as acções ordinárias e ordinárias «A» absorveu 57.172 libras. O saldo dos lucros, 3.860 libras, foi transferido, elevando-se agora a 49.893 libras os lucros acumulados nestas circunstâncias.
Finalmente, o relatório revela que desde o fim da guerra o material telefónico fornecido pela Grã-Bretanha a Portugal se eleva a 1.057.500 libras e que durante o mesmo período o custo do adquirido neste país foi de 60.700 libras.»
Esclareça-se que a «Anglo Portuguese Telephone Company» exercia a sua actividade de exploração das redes telefónicas de Lisboa e do Porto desde 1887, portanto havia mais de 60 anos, quando esta notícia foi publicada. Até se pode compreender que a companhia publicasse o seu relatório e contas em Londres, em inglês, na moeda inglesa, se atendermos que uma substancial percentagem dos seus accionistas provavelmente seriam dessa nacionalidade. Agora, se atendermos que a exclusividade das suas operações decorria em Portugal e que a esmagadora maioria dos seus clientes eram portugueses, não deixa de ser estranho e até mesmo antipático que o processo de apresentação das ditas contas se processasse sem qualquer atenção para com a parte portuguesa. Há 70 anos, a actividade das relações públicas empresariais representava um vasto continente para ser explorado...
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