01 junho 2020

O «ÓRFÃO» E O «PADRE AMÉRICO»

Se ainda mantenho a conta de facebook é apenas pelo privilégio de aceder a comentários e desabafos como o que aparece abaixo. São divertidos, embora eu tenha a impressão que, por muito que se note o desprendimento afectado no desabafo, o divertimento que ele (me) proporciona acabe por ser outro do que o pretendido. Tomando este exemplo do «órfão» que vegeta «à espera de dias melhores», ele seria curial lembrar que, mesmo que ostracizados no PSD e no CDS, continua ainda assim a existir o Observador, a instituição que reúne aqueles que, mesmo que agora não tenham partido, são os «órfãos» dos tempos de Pedro Passos Coelho, «o desejado». José Manuel Fernandes funciona assim como uma espécie de «Padre Américo» de todos estes «rapazes transviados» e o jornal que ele dirige é assim como uma espécie de «Casa do Gaiato» dos liberais deserdados.
Quanto àquilo de que o «órfão» se queixa, eu creio que é «uma constante da vida», como escreveu António Gedeão: ainda aqui há seis anos era eu que não me sentia representado no presidente (Cavaco Silva), no governo (Pedro Passos Coelho e Paulo Portas) ou na oposição (António José Seguro, Jerónimo de Sousa, Catarina Martins). Concordo que era frustrante, tanto mais quanto não havia um jornal no panorama editorial português que me propiciasse o consolo que o Observador propicia às gentes saudosas desses outros tempos. Mas são assim mesmo as coisas e há que se valorizar o que se tem quando o temos.

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