10 junho 2020

VOCÊ AINDA SE LEMBRA DE COMO FOI A ÚLTIMA VEZ EM QUE UM MINISTRO DAS FINANÇAS SAIU A MEIO DO MANDATO?

Se bem me recordo, dessa última vez em 1 de Julho de 2013, o problema não se punha ao nível de nos interrogarmos se as contas do ministro cessante estavam certas ou não (estavam erradas quase de certeza, embora não fosse por isso que as pessoas, estupidamente, criticassem o ministro, como se depreende do incidente descrito abaixo). Por muito que isso pareça custar ao Observador, evoluiu-se um poucochinho no nosso grau de exigência nestes últimos sete anos quanto ao que se pede quanto a desempenho de ministros das Finanças. E ainda bem.
Outra maneira engraçada de apreciar as diferenças de hoje para há sete anos é transformar em notícia aquele que dá a(s) notícia(s). Compare-se abaixo o que diz David Dinis no Expresso sobre a saída de Centeno com o que lhe ocorria dizer naquela altura no Sol aquando da saída de Gaspar. Se agora Centeno é descrito como alguém que vai abandonar o cargo "apesar das incógnitas que há pela frente", Gaspar era então descrito como um pacato cidadão que voltava "ao seu lugar de consultor", sem que Dinis produzisse considerações adicionais quanto à oportunidade e razões para o abandono do cargo. A narrativa era ainda complementada com o desmentido adicional que uma história enxovalhante que corria a seu respeito era, afinal, falsa. Eu bem sei que nós não andamos nesta vida para procurar ser coerentes mas... que porra!...

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