9 de Junho de 1960. Um alto funcionário norte-americano chamado James P. Grant - virá a fazer uma carreira bem sucedida na ONU - teve direito aos seus quinze minutos de fama quando, numa audição de uma comissão no Congresso dos Estados Unidos, se referiu à influência dos soviéticos na Guiné Conakry como o embrião de uma «cortina de ferro» na «África Negra». Os «técnicos do bloco soviético controlavam, inclusive, os emissores de rádio do país»! Soava bombástico, mas era uma ameaça um pouco disparatada.
Por sinal, aquilo que provocara a oportunidade para a penetração da influência soviética fora um vazio sancionatório. A França castigara a sua antiga colónia por mau comportamento e retirara-lhe todo o apoio técnico às infraestruturas, áreas onde o novo país não possuía quadros nativos. Mas, pior, uma simples observação de dois mapas, o da Guiné Conakry quando inserida na «África Negra» - acima - e o dos contornos da verdadeira «cortina de ferro» - abaixo - mostrava como não fazia sentido a analogia entre uma coisa e outra.
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