14 junho 2020

ULTIMATO E OCUPAÇÃO DA LITUÂNIA PELA UNIÃO SOVIÉTICA

14 de Junho de 1940. Porventura aproveitando a concentração das atenções na outra extremidade da Europa, a União Soviética apresenta um ultimato à Lituânia com um conjunto de novas exigências políticas e militares. Normalmente, quando se fala deste assunto, não se refere que os soviéticos já tinham estacionados 20.000 soldados na Lituânia antes desta última iniciativa que culminará com a anexação pura e simples do país. Aliás, esse mesmo contingente foi aproveitado como pretexto para que os soviéticos exigissem a demissão de vários membros dos altos comandos militares e policiais lituanos que se mostravam hostis à sua presença. Apesar da gravidade dos acontecimentos, a situação não era inédita. A Lituânia era (é) um país pequeno, propenso a receber ultimatos dos vizinhos mais poderosos do que ele - em dois anos, este era o terceiro ultimato, depois de um da Polónia em 1938 e de outro da Alemanha em 1939. Formaram-se duas facções entre o topo do governo. Ganharam os "pragmáticos", e o presidente Antonas Smetona (1874-1944), um nacionalista de direita que queria que se resistisse militarmente, «partiu para o estrangeiro» como se pode ler abaixo (o estrangeiro era a Alemanha...). Entretanto, novos destacamentos de tropas soviéticas haviam entrado na Lituânia sem que tivesse havido «quaisquer incidentes». Daí por um mês e meio a Lituânia era anexada à União Soviética. Quanto ao desfasamento que se nota entre os acontecimentos e a publicação das notícias ele é explicado pelo próprio jornal «em virtude da perturbação causada pela transferência das agências telegráficas que tinham os seus escritórios em Paris». (Paris que, precisamente também neste dia 14 de Junho, estava a ser ocupada pelas tropas alemãs). Quando as notícias da Lituânia eram conhecidas, dia 16 de Junho, já a Estónia e a Letónia estavam, por sua vez, a ser invadidas.

Sem comentários:

Enviar um comentário