14 junho 2020

GRANDES DISCURSOS DESTINADOS A SEREM ESQUECIDOS

14 de Junho de 1940. «Algures de França» (a censura não o permitiria especificar, mas tratava-se de Bordéus), o presidente do Conselho Paul Reynaud pronunciara uma arrebatadora «alocução pela Radio»: «Nesta hora que vivemos, em que a sorte nos é desfavorável, quero proclamar ao Mundo o heroísmo dos nossos soldados. A alma da França não está vencida! A nossa raça não se deixa abater por uma invasão!»

Eloquente, o texto irá revelar-se inconsequente do ponto de vista histórico. Quatro dias depois, o subsecretário de Estado da Guerra do governo de Paul Reynaud irá pronunciar por sua vez, aos microfones da rádio londrina, um discurso medíocre, não muito apelativo, em prol da resistência dos franceses contra a colaboração com os vencedores. Este outro orador chamava-se Charles de Gaulle e o discurso, apesar de não se comparar estilisticamente com o de cima, ficará para a História.

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