10 junho 2020

A ITÁLIA DECLARA TEATRALMENTE GUERRA À FRANÇA E AO REINO UNIDO

10 de Junho de 1940. Em plena batalha de França, a Itália declara teatralmente guerra à França e ao Reino Unido. Poder-lhes-ia ser irrelevante do ponto de vista político imediato, mas o timing era horrível para a reputação internacional da Itália. Ao contrário das declarações iniciais de Setembro de 1939, discretas trocas de notas entregues nas chancelarias, esta foi pretexto para um enorme comício presidido, de uma forma que hoje tomaríamos por apalhaçada, pelo próprio Duce, Benito Mussolini. Na intimidade, sabemos hoje, Mussolini não se comovia nada com o espectáculo que protagonizava: «Então não compreende que preciso de alguns milhares de baixas para me sentar na conferência de paz?» - viria ele a perguntar ao marechal Badoglio quando exigia deste último resultados militares que não apareciam. Mas na cena pública de há precisamente oitenta anos, com uma expressão severa e as mãos postadas no cinturão, os destinatários eram mais os de consumo interno do que a intimidação dos inimigos.
É pensando nestes exemplos históricos e vendo-os, de alguma forma, repetidos nos dias que correm, que me ocorre perguntar o que se virá a descobrir quando tivermos acesso à intimidade de Donald Trump e ao que ele pensa. Se ele chegar a pensar alguma coisa de válido. Porque, pela aparência do que se observa, nos anais da comunicação, nunca um palhaço foi tão apalhaçado...

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