03 setembro 2008

O INÍCIO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Dependendo da nacionalidade do narrador, a Segunda Guerra Mundial começou em 1 ou 3 de Setembro de 1939. Foi a 1 de Setembro, às 4H45 da manhã (Hora da Europa Central), que os alemães desencadearam a sua invasão da Polónia, a princípio camuflada de uma reacção a ataques polacos ao seu território como o efectuado ao emissor de Gleiwitz. Montada pelas SS e pela Gestapo veio a revelar-se uma encenação completamente fracassada. Para a Alemanha e a Polónia o Dia 1 de Setembro foi o Dia D do Início da Segunda Guerra Mundial.
Daí por dois dias, a 3 de Setembro (completam-se hoje precisamente 69 anos) às 9H00 (Hora da Europa Central), foi a data e hora escolhidas pelo Governo de Sua Majestade para que o seu Embaixador em Berlim, Neville Henderson (abaixo), solicitasse uma audiência ao Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reich, Joachim von Ribbentrop (acima). Estava-se a um Domingo e na Wilhelmstrasse fingia-se que nada de anormal se estava a passar.
Nesta outra encenação, esta diplomática, Henderson recebeu a resposta que Sua Excelência, o Ministro, não estaria visível da parte da manhã, mas que o Conselheiro Paul Schmidt, que costumava ser o habitual intérprete de Hitler (abaixo mesmo ao lado de Hitler, com Chamberlain e Mussolini) estava habilitado para receber qualquer comunicação do Governo britânico que o Embaixador fosse portador. E foi nas mãos daquele funcionário menor que foi entregue o Ultimato da Grã-Bretanha: Se às 11H00 de Londres (12H00 em Berlim) não se tivessem recebido garantias categóricas sobre a retirada das tropas alemãs da Polónia então estabelecer-se-ia o estado de guerra entre os dois países.
Segue-se o Embaixador da França, cujo Governo pretende demarcar a sua atitude da dos britânicos e cuja hora da audiência quase coincide (12H30) com a hora a que expirava o Ultimato britânico. O teor da declaração entregue a um outro funcionário menor, e que foi redigida pelo próprio Ministro dos Negócios Estrangeiros, Georges Bonnet (abaixo - virá a ser um dos futuros colaboracionistas com o regime de Vichy) era um prodígio de eufemismos para evitar que se escrevesse a palavra guerra: (…no caso de incumprimento alemão), o Governo francês ver-se-ia na obrigação de cumprir os compromissos que a França contraiu com a Polónia e que o Governo alemão conhece... Este Ultimato quase a contragosto expirava às 17H00…
O diplomaticamente invisível Ribbentrop estava afinal na Chancelaria com Adolf Hitler, acompanhando detalhadamente a situação. Contudo, a reacção mais marcante entre os próximos do Führer, quando se aperceberam que era uma nova Guerra Mundial que se iniciava, terá sido a de Hermann Goering (abaixo): Se perdermos esta guerra, que Deus tenha piedade de nós!

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