30 novembro 2011
PROFECIAS ANTES DE TEMPO
29 novembro 2011
«NORWAY: NUL POINTS»
O BOLETIM METEOROLÓGICO
28 novembro 2011
VENHAM OS PROFETAS!
ET: Por exemplo, precisamos de profetas que não escrevam disparates tais como Bolsas mundiais sobem impulsionadas por rumor de resgate à Itália, quando todos sabemos que o tal de rumor tanto serve para justificar a subida quanto teria servido para justificar a descida das bolsas mundiais…
O AUTOR DO PRINCIPEZINHO
Porém, para quem actualmente se encarrega de cuidar da sua imagem, Antoine de Saint Exupéry é sobretudo o autor de O Principezinho – muito mais do que Voo na Noite ou Piloto de Guerra – uma obra consensualmente aclamada, o que fará com que a sua biografia tenha de ser acolchoada dessas controvérsias políticas. Não deixa de ser paradoxal, porque o conhecimento dos factos revela-nos um Saint Exupéry que se mostrou sobretudo desencaixado das facções políticas da época: conservador mas denunciando o antisemitismo e contrário à coabitação com a Alemanha proposta por Vichy, o que o levou a alistar-se como piloto na Força Aérea da França Livre em 1943. Porém, essa atitude não o impedia de demonstrar simultaneamente um desdém não disfarçado pelo general de Gaulle…
27 novembro 2011
¡AL PAREDÓN!
O gesto de aprisionar o suspeito (mais acima) era frequentemente apenas o preâmbulo do acto de encostar o prisioneiro a uma parede (o paredón...) para o passar pelas armas. E, caindo na rotina, o gesto veio a assumir um tal significado que se chegaram a fuzilar símbolos como a estátua de Cristo (abaixo)…
26 novembro 2011
O SÉCULO EM QUE OS FRANCESES QUISERAM FICAR COM O PAPADO
Em Junho de 1305, um Colégio dos Cardeais muito dividido entre cardeais de origem francesa e italiana elegeu como compromisso o francês Bertrand de Got que adoptou o nome de Clemente V (1305-1314). O compromisso resultava do facto de Bertrand não ser cardeal e não ser por isso um dos candidatos em confronto e de, sendo francês, ser originário e Arcebispo de Bordéus na Aquitânia, que era um dos feudos em França do rei de Inglaterra. Recorde-se que a eleição de um Papa francês, não sendo frequente, não era propriamente uma novidade. E acrescente-se que aqueles que esperavam de Clemente V uma conduta equilibrada entre facções rapidamente se vieram a desiludir...
25 novembro 2011
COM A CRISE, ATÉ OS MILITARES JÁ NÃO SÃO O QUE ERAM
No mesmo dia em que a informação das televisões se deliciou com a transmissão das imagens de umas cenas mais animadas diante da Assembleia da República (abaixo), fomos surpreendidos pela notícia que os militares do contingente destacado no Kosovo levaram um enxerto de porrada da população sérvia quando intervieram para pôr fim a um bloqueio rodoviário, saldando-se o episódio por doze militares portugueses a terem de receberem assistência com dois deles a permanecerem mesmo internados.
Já não sei se esta actividade de servir em forças de interposição será genuinamente do âmbito militar ou se terá sido a tradição que fixou como conveniente que os elementos destes grupos essencialmente policiais continuassem a usar camuflados. Duas coisas sei, contudo: que havia a especialidade de polícia militar nos três ramos das Forças Armadas (que eram aliás temidas pela sua brutalidade); e que se for para fazer figuras destas, tendo em conta a crise, é melhor fazer regressar o destacamento do Kosovo que sempre é mais barato, sempre se lhes há-de arranjar cá qualquer coisa com que se entreterem (conforme as imagens acima) e, caso haja barraca, sempre fica apenas entre nós...
AS PULSEIRAS «POWER BALANCE»
Partidas que a imaginação me prega, lembrei-me da analogia que as supra mencionadas pulseiras poderão ter com a União Europeia e a publicidade enganosa que a ela se associou, com anos consecutivos em que nos foi impingido que os interesses nacionais dos países-membros iriam ser substituídos progressivamente pelos interesses comuns da Europa com o aprofundamento da União¹ – algo que estes acontecimentos mais recentes têm desmentido contínua e consistentemente. Como o embuste das pulseiras Power Balance, ocorre-me perguntar se não será possível processar todo um clã de europeístas por publicidade enganosa?...
24 novembro 2011
FLEETWOOD MAC
Foi ainda Norman Seeff que, para além dos Blondie e de Peter Allen, fotografou em 1978 os Fleetwood Mac. Não sei – nem me vou deitar a adivinhar – se a presença desgarrada de Stevie Nicks do lado direito da fotografia tem algum significado simbólico. Mais do que a fotografia, a oportunidade desta escolha da banda para um poste hoje tem a ver com aquilo que interpretam: Little Lies (Mentiritas), muito a propósito em dia de Greve Geral.
O ÚNICO CENSO RUSSO DA ERA IMPERIAL
A música para ir acompanhando a leitura é do compositor russo Modest Mussorgsky (1839-1881): Quadros duma Exposição (1874)
Apenas através deste artifício o Império Russo podia apresentar a imagem de um núcleo central maioritário eslavo de religião ortodoxa constituído por ⅔ da população. Com o resto da população eslava não se podia contar: havia 7,9 milhões de polacos (6,3%) de confissão católica romana concentrados num Reino da Polónia de que o Czar era o monarca e que fora criado em 1815 (ver mapa acima). Mas a história dessa Polónia dual ao longo do Século XIX era a de um sucesso económico (Varsóvia era a terceira cidade do Império depois de São Petersburgo e de Moscovo) mas de uma contínua instabilidade política onde as revoltas polacas (1830, 1863) eram seguidas por ferozes repressões russas. Um outro grupo importante na Polónia e também nas regiões ocidentais do Império era o dos judeus: havia 5,1 milhões de falantes de ídiche (4,0%), um idioma germânico que se escreve em alfabeto hebreu. A importância da comunidade era acrescida pela sua sobre-representação entre a população urbana. Por exemplo, numa cidade como Brest, hoje localizada na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, os judeus constituíam ⅔ da população de 45.000 habitantes. Seria, a par dos polacos, finlandeses ou alemães, uma das nacionalidades mais evoluídas mas também uma das que mostraria uma maior resistência àquilo que as autoridades imperiais qualificariam como assimilação…
Contudo, havia outros grupos nacionais a Ocidente com histórias de sucesso na sua integração sem assimilação no quadro imperial: a Finlândia, que era um Grão-Ducado que gozava de uma ampla autonomia, era um desses casos (os finlandeses eram 2,5 milhões – 2,0%). E embora com muito menos autonomia, algo de semelhante acontecia na região do Báltico, onde as populações estónias (1,0 milhão), letãs (1,4 milhão) e lituanas (1,6 milhão), ou seja cerca de 3,2% da população total, eram controladas por uma elite de ascendência alemã (que constituíam 1,8 milhão em todo o Império – 1,4%), uma das mais fiéis a São Petersburgo, uma ironia dada a história futura da relação entre alemães e russos. Essas eram as fronteiras pacíficas do Império Russo. As outras eram regiões de expansão, turbulentas como as populações que nelas habitavam. Na que confinava com os Balcãs, onde as potências rivais haviam incentivado a criação da Roménia de língua latina (1878) para obstar à expansão dos russos para as regiões dos eslavos no Sul da Europa, existia, apesar disso, uma minoria (1,1 milhão – 0,9%) que falava o romeno. Outras fronteiras meridionais da Rússia eram povoadas por uma confederação de nacionalidades que o Censo classificou demasiado genericamente de Turco-Tártara, que se estendia do Mar Negro ao Pacífico, composta por 13, 4 milhões de pessoas (10,6%).
Uma apreciável parte deles eram descendentes de tribos nómadas que, sob a bandeira mongol, haviam conquistado a Rússia no Século XIII e muitos continuavam os hábitos nómadas de outrora (acima), embora houvesse outros que haviam assentado (abaixo). Porém, quase todos professavam o Islão, que era a religião de 13,9 milhões dos súbditos do czar (11,1%). A maior concentração de muçulmanos localizava-se na Ásia Central (7,7 milhões), onde a administração russa funcionava segundo um modelo colonial clássico. Os soviéticos reorganizaram depois a região nas cinco repúblicas que são as que hoje perduram: Cazaquistão, Uzbequistão, Turquemenistão, Tajiquistão e Quirguízia. Uma segunda região muçulmana, que começara a ser integrada no Império já a partir de meados do Século XVII, estendia-se desde a Península da Crimeia até ao curso inferior do Rio Volga. Ao contrário da Ásia Central, neste caso a imigração dos russos alterara o panorama demográfico, fazendo com que a população muçulmana fosse significativa mas não predominante. Exemplo: ainda hoje há quase tantos russos quanto tártaros no Tartaristão. Finalmente havia uma terceira região de predomínio muçulmano: o Cáucaso. A região é célebre pela complexidade do seu relevo que interfere na distribuição e classificação das suas etnias que desafia as descrições simplificadas que se tentem conceber...
23 novembro 2011
5 000 ASSINATURAS POR UM DISCO VOADOR
Nem de propósito, algumas semanas passadas, venho a descobrir que foram um pouco mais de 5 000 as assinaturas de uma petição endereçada ao site da Casa Branca que obrigaram esta última a assegurar oficialmente que não há qualquer evidência da existência de criaturas extraterrestres… Afinal esquecera-me do melhor argumento: nos tempos que correm e para certas causas, torna-se facílimo congregar 5 000 lunáticos…
22 novembro 2011
FOTOGRAFIAS HÁ MUITAS, SEUS PALERMAS!
Só quem anda desapercebido não reparou ainda como está declarada uma guerra surda entre a presidência e o governo, representando cada um sua facção num espaço político que não estará ideologicamente muito distanciado entre as duas, mas que discordam nas opções tácticas. Essa guerra civil tem algumas manifestações evidentes. As questões a Cavaco Silva a respeito de Duarte Lima são uma delas, as críticas ostensivas ao excesso na composição das comitivas presidenciais durante as visitas ao exterior são outra. Mas poderá haver manifestações menos evidentes, como esta fotografia que apareceu subitamente.
Foi de uma oportunidade impar juntar assim Cavaco Silva, Dias Loureiro e Duarte Lima! E não deixa de ter o seu pitoresco que, na guerra civil, tenham sido sobretudo blogues cujos autores ostentam as suas simpatias socialistas ou comunistas os primeiros a pegar na fotografia como arma de arremesso política tal qual ela apareceu, despojada de legenda e/ou grandes explicações, como se os pecados dos retratados se pegassem por contágio... É uma precipitação porque, como se vê pelo caso abaixo, andará sempre por aí uma fotografia desconhecida que servirá para conspurcar qualquer alvo (aqui Guterres) que se queira abater…
21 novembro 2011
SOBRE A NECESSIDADE DE GUERRAS, COELHOS E RELVAS
Por detrás do líder do partido (acima, à esquerda), Alfonso Guerra aparecia como o braço direito de Gonzalez, aquele que desempenhava o papel do homem de confiança, que controla o aparelho partidário e trata dos negócios mais delicados (sórdidos) do partido. Quando Vasco Lourinho, num momento pedagógico, procurou encontrar uma figura correspondente entre os socialistas portugueses proeminentes de então viu-se em palpos de aranha: não havia figura do PS que, junto de Soares, se encaixasse no papel de Alfonso Guerra…E assim se despediu Vasco Lourinho, desde Madrid, para a RTP...
A GUERRA QUE NÃO TERÁ LUGAR E A PAZ QUE NÃO TEVE LUGAR
Actualmente, à falta de dramaturgos, serão os caricaturistas que descrevem a opinião dos franceses sobre a Europa actual. Para o autor abaixo, a culpa terá sido do alargamento excessivo. Porém, quem conhecer com rigor esses tempos pacíficos da CEE a 6, poderá apontar a Crise de 1963, quando a França vetou a adesão do Reino Unido, ou a Crise de 1965, quando a mesma França boicotou por 6 meses as reuniões do Conselhos de Ministros para preservar o seu direito de veto. Como a peça, o cartoon também é enganador: a paz nunca teve lugar…
20 novembro 2011
PETER ALLEN
19 novembro 2011
A EUROPA DO TWITTER
a) O enorme contraste na densidade de utilizadores entre a Europa Ocidental e a antiga Europa de Leste – incluindo no primeiro grupo a Grécia e a Turquia. b) As deficiências do detector automático que não consegue distinguir o russo do ucraniano. c) Também tem problemas em distinguir o francês do italiano. d) Mas que não se atrapalha quando a dúvida é entre o catalão e o castelhano. e) O contraste que se observa entre o Portugal litoral e o do interior.
18 novembro 2011
O SÍMBOLO QUÍMICO DA ÁGUA
Assim, além de vídeos demonstrando a manipulação – seleccionou-se apenas uma das respostas erradas de quem tinha acertado 7 das 10 perguntas – as próprias perguntas podem ser sujeitas ao mesmo escrutínio feroz das respostas, mostrando que a jornalista, e porventura o resto da redacção da Sábado, parecem ser de calibre equivalente ao dos universitários… é que a água é um composto e não um elemento químico; como tal não tem símbolo químico mas uma fórmula que associa o hidrogénio e o oxigénio (H2O).
Olha se em vez de só 10, eles na Sábado se pusessem a fazer mais perguntas. Em quantas outras se espalhariam também ao comprido?...
O BANHO DE PANCADARIA
OS BLONDIE
17 novembro 2011
A «SOLIDARIEDADE» EUROPEIA
Esse tempo que se ganha – espera-se veementemente! – servirá para que a crise transborde da periferia para o centro como parece ser cada vez mais provável, considerado o exemplo recente da Itália e os prováveis exemplos futuros da Espanha e França. Quando a crise atingir esta última, será que aí teremos direito a ver a solidariedade europeia a funcionar?
¹ When countries on the periphery of the global system such as Thailand and Indonesia are overcome by crisis, we blame then for their failures and their inability to adjust to the system’s rigours. When countries at the center are similarly engulfed, we blame the system and say it’s time to fix it.