Ainda a Roménia, mas outra Roménia, a de Ceausescu há 40 anos. 10 de Dezembro de 1982. Depois de termos assistido ao que assistimos a partir de 2011 com a Grécia, é retroactivamente impressionante a casualidade como as notícias do reescalonamentos das dívidas externas dos países comunistas - neste caso, trata-se da Roménia, já aqui me referi à Polónia - eram noticiadas (esta estava perdida no meio da página 19, a da economia), sem que, ao menos, se procurasse aprofundar o assunto e sem sequer explicar qual o significado político e estratégico desta dependência que os países do Leste tinham caído, em maior ou menor grau, do capital oriundo dos países capitalistas. Se os bancos capitalistas bloqueassem o acesso de qualquer daqueles países ao capital ocidental as consequências seria torná-los proscritos em termos de comércio internacional, e isso seria um caminho quase garantido para a eclosão de enormes conflitos internos. O bem estar do comunismo estava, numa boa parte, nas mãos do capitalismo. Para contrariar isso e neste caso concreto da Roménia, a liquidação total desta dívida externa, então decidida pelo regime comunista, irá provocar uma austeridade severa e uma consequente diminuição dos padrões de vida dos romenos, que virá a explicar, ainda que parcialmente, a ferocidade como o comunismo caiu na Roménia.
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