20 dezembro 2022

«DA CHINA COM ÓDIO! BRUCE LEE, A FACE DA VINGANÇA» aka OS CLONES DE BRUCE LEE

20 de Dezembro de 1982. Dando uma vista de olhos aos filmes em cartaz em Lisboa, deparamo-nos com esta preciosidade, já em terceira semana de exibição no cinema Odéon, para um género de cinéfilo que não era propriamente muito sofisticado, mas que era, reconhecidamente, muito fiel aos filmes de karaté (de artes marciais, designação usada por aqueles que já se consideravam intelectuais, leitores - da capa - dos "cahiers du cinéma"). O reverenciado mestre dessas artes marciais, Bruce Lee, já morrera quase há dez anos, mas a exploração do filão dos filmes do género que estivessem, de alguma forma, associados ao seu nome prosseguia, até nada dali restar. Este é um dos últimos, quando o expediente chegara aos confins do ridículo, mas quando, mesmo assim, ainda mobilizava o fundo do tacho dos apreciadores do género - uma terceira semana de exibição era um bom indicador de que as assistências estariam a ser boas, talvez por causa do (subsídio de) Natal. Sem querer desvendar muito o enredo (para obrigar o leitor a ver o video abaixo...), a intriga envolve um conjunto de clones do Bruce Lee, cujos actores são conhecidos pelos imaginativos pseudónimos (acima) de Dragon Lee, Bruce Le e Bruce Lai! Mas, melhor que eu, deixo a palavra mais abaixo, a um comentador que escreveu a sua apreciação na página do Imdb do filme, já que acredito que ele sim, tenha visto o filme todo!... Há quarenta anos, e embora não pensássemos imediatamente nele como inspirador do espírito da quadra, era capaz de ser um excelente filme de Natal!
Aqui está mais um na longa lista de filmes a explorar a figura de Bruce Lee, que surgiram após a morte prematura daquele grande homem.

Bem, antes de tudo, há que conceder aos criadores que o enredo do filme é completamente ridículo (ou seja: é espectacular!)! Há, no entanto, apenas um pequeno problema básico: os três clones da estrela das artes marciais, não se lhe assemelham; nem entre eles, o que é ainda mais alarmante!!!) Ainda assim, não vamos relevar esses factores hmmm. inconsequentes; em vez disso, vamo-nos deleitar com a série interminável de combates, lutas e pancadaria em geral no meio de um visual com a moda dos anos setenta (incluindo enormes óculos de sol e medalhões ao peito) e ainda com a presença dos sempiternos favoritos dos filmes B do género: Bruce Le, Dragon Lee e Bruce Lai.

Também digno de nota, há algumas cenas reconhecidamente patuscas, incluindo uma sequência totalmente despropositada com um grupo de garotas nuas na praia e, noutro conjunto de cenas, um bando de guerreiros gordinhos de bronze que simplesmente não conseguem entender que mascar plantas venenosas não é bom para a boa saúde!!!

Apesar dos predicados mencionados acima, há que admitir que o filme é bastante trivial na sua execução e que os inúmeros combates - que representam, naturalmente, a maior parte do tempo de duração do filme - acabam por se tornar um tanto cansativas ao fim de algum tempo. No entanto, como disse acima, o crédito é devido pela pura estupidez do enredo, que acaba por tornar o filme numa espécie de clássico!

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