As duas notícias acima são de 24 de Dezembro de 2012, chegadas mesmo a tempo para estragar o Natal de Nicolau Santos (à direita). A sua nota pública, em que admitia o erro (acima ao centro), explica o caso: Artur Baptista da Silva «falava em nome da ONU», Nicolau Santos gostou do que ele disse numa conferência que ele dera no Grémio Literário, fizera-lhe uma entrevista que fora publicada no Expresso e o sucesso da entrevista fora tão grande que acabara mesmo por ser convidado para aparecer na SIC (abaixo), um aparecimento que seria a validação para o grande público do extremo interesse das ideias do senhor e que o tornaria alvo de disputa entre órgãos de comunicação rivais a partir daí. Só que Artur Baptista da Silva não passava de um mitómano com um passado criminal, como depois se veio a descobrir, já ele fora lançado para o estrelato mediático. E, aquilo que fora uma descoberta jornalística de Nicolau Santos, acabou desabando-lhe em cima como protagonista de um tremendo gozo, entremeado de acusações de incompetência, já que a concorrência - que se havia apressado a seguir-lhe na peugada nas entrevistas ao «funcionário da ONU» que dizia coisas tão interessantes - se apressou em descartar das responsabilidades de não ter, também ela, verificado a legitimidade de quem tão bem assim falava, desculpando-se que admitira que tal já fora feito antes (pelo Expresso). Enfim, Nicolau Santos era o burro do presépio, uma situação que me condoeu e que levou até a enviar-lhe uma mensagem de simpatia, quiçá espírito da quadra. Gosto de pensar, pela resposta que recebi, que algum ânimo lhe deu. Anos depois, numa outra troca de mensagens com Nicolau Santos, apercebi-me que a referência ao nome Artur Baptista da Silva ainda lhe causava azia no estômago, o que será porventura compreensível. De toda a maneira, este «faux pas» natalício de há dez anos, não terá interferido sobremaneira na sua carreira, que o viu ascender, dali por seis anos, em 2018, a presidir à agência Lusa.
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