Esta notícia é de hoje e dispenso-me de explicar o que está (devidamente) explicado. O que me interessa é o que está realçado, a referência à Comporta como um dos locais onde ocorreu uma das «59 buscas relacionadas com suspeitas de práticas criminosas no exercício de funções publicas». Ora a Comporta é uma aldeia, uma das quatro freguesias do concelho de Alcácer do Sal, do qual ocupa apenas uma área de 10% do mesmo e com uma população que, em 2021, pouco ultrapassa os mil habitantes (1.094). Aliás, os censos mostram que a população da Comporta tem vindo a diminuir consistentemente de há decénios para cá, perdeu 22% da sua população nos últimos trinta anos. Simultânea e paradoxalmente, a localidade terá adquirido nos últimos anos uma reputação complexa, combinando a selectividade do local com uma certa sordidez, a que não é estranha a associação com o desmoronar da reputação da família Espírito Santo. Esta aparição da aldeia como local de buscas não deixa de consolidar a imagem entretanto formada de um sítio associado a riquezas sórdidas.
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