28 de Dezembro de 1972. Com o destaque de primeira página que a imagem acima documenta, «quatro guerrilheiros árabes (palestinianos), armados de metralhadoras ligeiras» haviam ocupado «a embaixada israelita em Bangkok, capital da Tailândia» mantendo «como reféns quatro ou cinco diplomatas judeus». Mesmo dispensando o resto dos detalhes, tratava-se de um daqueles acontecimentos que, para o jornalismo puro e duro, prometia grandes cachas jornalísticas. Palestinianos a sequestrar israelitas?! Bastava pensar no que acontecera em Munique apenas há três meses! E contudo, guardado para o dia seguinte estava um desfecho tão surpreendente quanto pacífico. Por iniciativa do embaixador egípcio na Tailândia, que persuadiu os sequestradores palestinianos a desistirem das suas reivindicações enquanto lhes prometia um salvo conduto até ao Cairo, o evento veio a terminar pacificamente no dia seguinte. A surpresa era tanto maior quando, à época, israelitas e egípcios eram inimigos acérrimos. E, num último retoque de inesperado, antes da partida dos palestinianos, os quatro homens armados e cinco diplomatas jantaram juntos dentro da embaixada! Como não morreu ninguém, hoje já ninguém se lembra disto, ao contrário do que aconteceu em Munique. Embora não o confessem, os jornalistas gostam é de sangue porque as histórias com um final feliz nunca dão boas notícias.
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