6 de Dezembro de 1932. Comece-se por explicar que este «Conte di Savoia» era um grande paquete luxuoso italiano com 248 metros de comprimento, 41.700 toneladas de deslocamento e capacidade para 2.200 passageiros. E era novo. Partira de Génova para Nova Iorque a 30 de Novembro na sua viagem inaugural, o que consistia também um exercício de relações públicas para o regime fascista de Benito Mussolini. Por curiosidade, explique-se que a «avaria» a que se faz referência foi uma válvula de segurança que explodiu na casa das máquinas quando o navio navegava à sua velocidade de cruzeiro (27 nós), rompendo o casco. Para evitar a entrada de água, a tripulação teve de aplicar imediatamente cimento de endurecimento rápido para vedar o casco. O navio continuou a viagem para Nova Iorque só que a uma velocidade reduzida, mas o efeito promocional estava completamente estragado. Mas o mais interessante desta história é o zelo como o correspondente da Reuter(s) a bordo transmite a notícia e o préstimo como ela é depois difundida pela Havas a partir de Londres, tanto mais que a notícia consolida uma imagem já formada de descrédito pela tecnologia italiana. As rivalidades comerciais e políticas são um grande estímulo para este género de notícias. É óbvio que uma notícia deste teor teria sido abafada em Londres, se «a avaria» tivesse ocorrido na viagem inaugural de um paquete inglês.
Sem comentários:
Enviar um comentário