12 dezembro 2022

O PRINCÍPIO E O FIM DA HISTÓRIA DA VACA À SOLTA NA SEGUNDA CIRCULAR

Nesta história da vaca que apareceu à solta no Sábado, na segunda circular em Lisboa, já vi abordado o aspecto do fim da história, o facto de ter sido abatida, e o desagrado que esse desfecho provocou no PAN. Agora, o que eu ainda não vi foi investigação jornalística sobre o princípio da história: quem deixou fugir a vaca, já que uma vaca não é um qualquer animal de criação que se guarde no quintal como as galinhas e os coelhos. Quem é que guarda uma vaca consigo numa cidade? Correntemente a fuga de animais, assim de grande porte, para as estradas envolve proprietários de uma determinada etnia que a correcção política agora impede de nomear explicitamente. Essas fugas tornam-se depois conhecidas pelos piores motivos, porque provocam acidentes rodoviários com vítimas mortais: pessoas. E as investigações subsequentes algumas vezes encontram os proprietários dos animais, outras nem tanto. O que me parece evidente neste caso é que o local onde originalmente a vaca terá aparecido à solta - a rotunda do relógio, perto do aeroporto - aguçará as pessoas a fazer aquela sinapse obre a origem do bicho que a comunicação social depois não poderá publicar, porque essa referência especulativa incorrerá no desagrado do Bloco de Esquerda e do Livre. O policiamento político dá nisto: não se deve especular livremente de onde terá vindo, isso chateia a Catarina Martins, torna-se necessário dar explicações quanto ao seu destino à Inês Sousa Real. Quanto às investigações sobre a sua origem, suponho que, para além de difíceis (é banal encontrarmos uma vaca na cidade, especialmente estabulada...), essas investigações não vão ser muito diligentes, e muito me surpreenderia que esta vaca venha algum dia a ter tido dono.

Sem comentários:

Enviar um comentário