19 dezembro 2022

OS VENCEDORES IMPROVÁVEIS DE 2022

Este artigo foi publicado ontem na revista The Economist. Dele recuperei para ilustração e para além da apresentação, o parágrafo que considero mais significativo e o quadro explicativo que acompanha o artigo. No parágrafo que seleccionei, pode ler-se que «Pela primeira vez desde há algum tempo, a animação económica desenrola-se no Mediterrâneo. Em primeiro lugar na nossa (deles) lista está a Grécia. Outros países que se afundaram no princípio da década de 2010, como Portugal e Espanha, também aparecem bem classificados. Mas não são as únicas surpresas agradáveis. Apesar do caos político, Israel sai-se bem. Entretanto, apesar da estabilidade política, a Alemanha sai-se mal. E dois países bálticos, a Estónia e a Letónia, que tanto receberam elogios pelas suas reformas atempadas na década de 2010, aparecem no fim da lista

O que me motivou a publicar uma síntese do artigo aqui no Herdeiro de Aécio, destacando-o, é que, ao contrário do que acontece com tantos outros artigos da The Economist que se referem a Portugal, creio que este não irá receber grande atenção na comunicação social portuguesa. Pelo lado governamental, o artigo não contém nada que se possa fazer spin em prol da actividade do primeiro-ministro: a economia portuguesa está a sair-se bem (comparativamente) e é (apenas) isso. E, pelo lado daquela oposição que nos habituámos a ver a invocar estes elementos de autoridade vindos do exterior, como isto são notícias boas para os portugueses, não serve para nada; pior, dão-se notas positivas a países proscritos como a Grécia e há notas negativas a países bem sucedidos como a Estónia. Ora, o que tanto a oposição como a informação quer, é dar-nos notícias negativas, por sermos ultrapassados pela Roménia, mesmo que isso seja mentira.

Já há muito que eu havia deixado de aceitar, sem inspecção da fonte, aquilo que aparece na comunicação social portuguesa referenciado como vindo do estrangeiro. Vezes demais é deturpado. Mas, mais grave que isso, a verdade é que, para uma boa informação, temos que ser nós a ir ao estrangeiro à procura dessas referências, pois, como desconfio que será este caso, há muitos episódios que nos escapam por omissão.

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