A escolha da sofisticada expressão narco-estado para classificar a Guiné-Bissau acaba por disfarçar, de alguma forma, aquilo que é a realidade de um país que é dominado pelos interesses dos barões da droga. Desta vez quem foi apanhado no aeroporto de Lisboa a traficar cocaína foi um deputado desse país. A dimensão da apreensão - 13 quilos! - e o facto de o traficante ter reclamado imunidade diplomática corrobora que os barões da droga se mostram aparentemente capazes de comprar quase tudo e todos naquele país. Mas a questão só será incomodativa e confrangedora se encararmos estes episódios com aquela atitude de responsabilidade retroactiva por causa do nosso passado colonial, que é atitude de que nos deveríamos desligar. Com excepção de Timor, todos estes países da CPLP gozam há quase cinquenta anos da liberdade de terem escolhido ser aquilo que são hoje.
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