...em que é o ministro dos Negócios Estrangeiros que se pronuncia publicamente quanto às perspectivas do volume de despesas a alocar futuramente ao sector da Defesa, enquanto o seu homólogo dessa mesma pasta - a da Defesa - se notabiliza mediaticamente por visitar a Ovibeja 2024 para dissertar sobre a importância estratégica da pecuária de ovinos. Acessória e aparentemente, o mesmo ministro da Defesa e líder do CDS terá um pensamento(?) quanto às possibilidades das Forças Armadas desempenharem uma função concorrente à da Casa do Gaiato do Padre Américo... Pelo menos, com o seu colega Rangel, fica-se a saber que o governo não dá quase importância nenhuma à questão da segurança europeia, é coisa para só se pensar daqui a seis anos, o que no ritmo e calendário da actual situação política corresponderá, mais ou menos, ao século XXII. Adivinha-se que, com o mesmo Rangel in charge e porque se trata do famoso Paulo Rangel, vai-se tentar substituir esse desinteresse prático por uma dose elevada de retórica gongórica. Aí, na retórica, não tenho dúvidas que vamos estar muito bem equipados para enfrentar qualquer ameaça à segurança europeia.
Caro A. Teixeira,
ResponderEliminarConcordando, grosso modo com o seu post acrescento um par de notas que me parecem pertinentes para melhor contextualizar as fundacoes que suportam este espectaculo circense lusitano que o A.Teixeira aqui retrata:
1 - Paises da periferia da UE como Portugal nunca investirao em areas como a Defesa porque estao submetidos a uma austeridade permanente por forca das "regras financeiras" da dita Uniao.
Porque julga o A.Teixeira que o Costa & Ca se esforcaram anos a fio com "brilharetes de financas publicas" durante um periodo em que a UE afrouxou os controlos financeiros e ate aumentou um pouco os fluxos financeiro do centro para a periferia? Porque o esforco austeriatio portugues com austeridade light quando parecia haver folga financeira, distraida que esteve a Alemanha com os refugiados, depois com o COVID e ultimamente a sua crise energetica domestica?
Porque sabiam muito bem que nao se pode contar com a UE para nada no que concerne a politica economica e que a folga era uma mera pausa - o espectaculo que e a UE segue dentro de momentos...
2 - Quanto a seguranca europeia. A mim me parece que a maior ameaca a seguranca europeia mais que o seu desinvestimento em armamento e mesmo... o seu aliado transantlatico! Sempre que os americanos falam em "estabilidade" e "manutencao da ordem internacional" eu pergunto quem foi bombardeado desta vez "em legitima defesa"... quando o nosso aliado transantlatico, potencia hegemonica, nacao militarmente mais poderosa na historia da Civilizacao Humana e na pratica lider da NATO se comporta no palco internacional como D. Corleone, fica um bocado dificil explicar aos outros que a NATO de que fazemos parte, nao e uma associacao mafiosa...