11 maio 2024

O QUE É QUE A AMÉRICA PENSA DA ADOPÇÃO DA NUMERAÇÃO ÁRABE NOS SEUS CURRÍCULOS ESCOLARES

(Republicação porque tudo continua na mesma: o que agora se promove por Inteligência Artificial é apenas o contraponto à Estupidez Natural...)
Esta não é apenas mais uma daquelas sondagens a que os norte americanos costumam ser submetidos e que costumam produzir resultados embaraçosissimos quando às (in)competências produzidas pelo seu sistema de ensino. Os autores desta sondagem mostraram-se particularmente pérfidos quando apresentaram aos seus 3.624 inquiridos uma falsa questão: a de saber se os estabelecimentos de ensino nos Estados Unidos deviam ou não ensinar a numeração árabe como parte do seu currículo?... Como se vê acima, e admitindo uma margem de erro de 3%, os resultados são, mesmo assim, arrasadoramente conclusivos: 29% dos inquiridos responderam que sim, 56% responderam que não e 15% preferiram não emitir opinião. Numa simplificação numérica, em 7 americanos, apenas 2 responderam afirmativamente, e eu prefiro acreditar que a esmagadora maioria dos que o fizeram, o terão feito porque sabiam que, desde sempre, nos Estados Unidos se usou a numeração árabe de forma preponderante quando em concorrência com a numeração romana. Mas o que é sociologicamente interessante do resultado da sondagem é o comportamento da ampla maioria de 5 em 7 americanos que mostra não fazer a mínima ideia do que se lhe estava a perguntar. E aí, entre esses 5 americanos simbólicos, apenas 1 deles teve a humildade de assumir a sua ignorância. Os outros 4 optaram por se orientar por aquilo que lhes parecesse familiar na pergunta, e como árabe é qualquer coisa que para eles tem uma conotação negativa, opuseram-se, mesmo inconscientes que o faziam a respeito do sistema de numeração que lhes foi ensinado nas escolas e com o qual estão familiarizados! Para mim, não é apenas a demonstração (indesmentível) de intolerância; é sobretudo de reter o valor desproporcionado que se dá às inúmeras sondagens que se publicam por aí, mostrando o que os americanos (e outros) pensam. Será que os americanos que pensam são suficientes para conferir validade às amostras das sondagens?... (Este é um problema das sondagens que não me lembro do Pedro Magalhães ter falado...)

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