Londres, 5 de Maio de 1949. Representantes de dez países europeus - Bélgica, Dinamarca, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Reino Unido e Suécia - assinam naquela cidade um tratado que é também o acto fundador da organização conhecida por Conselho da Europa. Como se pode ler no subtítulo da notícia do New York Times, no acto a Grécia e a Turquia foram convidados a aderir à organização. Aparecem assim associados ao acontecimento quase todos os países europeus situados fora da esfera de influência soviética. As excepções são os dois países ibéricos, um gesto de marginalização que tem um evidente significado político, tanto mais que se segue à assinatura do Tratado da Nato, realizada no mês anterior. Depois da adesão à NATO, esta proscrição é uma desfeita para o país, para o regime e para a diplomacia portuguesa. Por isso não é de estranhar o silêncio da nossa imprensa a não noticiar aquilo que acontecera em Londres. Como se comprova, a omissão não se devera à dificuldade em seleccionar os assuntos em destaque: a primeira página do Diário de Lisboa dedicava quase uma coluna inteira ao óbito aos 88 anos do dramaturgo belga Maeterlinck - quem?!...
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