15 maio 2024

QUANDO O LADRÃO TEM RAZÃO, DÁ-SE RAZÃO AO LADRÃO...

Mas isso não impede que a razão (e as razões...) do ladrão não devam ser escrutinadas. Como se pode ler abaixo, o anúncio da construção do aeroporto e da terceira travessia sobre o Tejo datam de 2008 e têm portanto dezasseis e não oito anos, como acima José Sócrates sugere. A referência aos oito anos tem um destinatário óbvio: António Costa. Mas vale a pena recordar que a actividade dos primeiros três (2008-11) daqueles dezasseis anos são da responsabilidade de governos do próprio José Sócrates. Valeria a pena perguntar-lhe onde é que se pode hoje encontrar o resultado da prossecução de medidas concretas que acompanharam aquela decisão histórica do seu governo em 2008... Sei lá eu: estudos, terraplanagens, que é que se fez então que se pode aproveitar agora para encurtar os prazos de construção e conclusão previstos para... 2034? E talvez a resposta a esta última pergunta nos sirva de referência para que continuemos cautelosos quando ao que pode ser o real impacto das decisões que foram hoje anunciadas com tanta imponência por Luís Montenegro. Pode ser que sim, a decisão sempre avance... e pode ser que não, pelo menos até 2027, daqui a três anos, se se repetir o que (não) aconteceu com Sócrates, depois do anúncio de Sócrates. É que eu não me impressionei nada por expedientes como esta escolha do nome dado ao futuro aeroporto de Luís de Camões, que até é um nome bonito, mas em Portugal dão-se cada vez mais nomes às coisas somente para impressionar os incautos. Olhem, por exemplo «Operação Marquês» foi um nome bem escolhido, a transmitir eficiência e dinamismo, e vejam onde é que estamos e em que é que estamos...

1 comentário:

  1. Pois A.Teixeira,
    Eu, da minha parte, tambem testemunha viva de 2008 lembro-me isso sim de terem dito acerca do "projecto Socas" (aeroporto "na outra banda" +TGV) aquilo que o Maomet nao disse do toucinho...
    Da minha parte suscita-me muitos sorrisos ver, ao fim de quase 20 anos a mesmissima turma que em 2008 dizia que a Portela tinha ainda 40 ou 50 anos de capacidade pela frente, que o TGV so ia poupar 10 ou 15 minutos de viagem, que a Irlanda vivia bem sem TGV (uma ilha...) e que no computo geral, tudo seria nada mais que um projecto faraonico de um provinviano deslumbrado com estrangeirismos - a mesmissima turma, repito, vem agora propor o mesmissimo projecto faraonico do provinciano e tem o topete de acrescentar "que ja devia era estar feito"!
    Perspectivas e interpretacoes das mesmas memorias?

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