Como muito se explica naquele indispensável manual de ciência política que dá pelo nome de Yes, Minister, não há nenhum rumor que deva ser levado a sério até que venha a ser desmentido. O que o porta-voz da comissão prestimosamente fez. E como em política a verdade não é a Verdade, mas antes aquilo que é possível afirmar sem se ser exposto como mentiroso, para os bons entendedores a comissão europeia acaba de se explicar. Não sei (e desconfio que ninguém saberá enquanto escrevo) se a candidatura lançada assim a destempo conseguirá levar a água ao moinho deles, mas esqueça-se de uma vez por todas a história da transparência no processo de indigitação do próximo secretário-geral da ONU. O curioso é como se pode antecipar que, daqui para diante e na eventualidade (agora cada vez mais provável) de António Guterres vir a perder a indigitação, se possa assistir em Portugal a um ataque de ultraje de fazer lembrar aquele que teve lugar há 126 anos por ocasião do ultimato inglês - só que agora expresso predominantemente nas redes sociais e tendo desta vez como alvo a Alemanha e a comissão europeia. Depois de anos a ser chique a valer, prenuncia-se que cada vez vai ser mais complicado ser-se europeísta em Portugal.
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