26 outubro 2016

O PÚBLICO E OS PRIVADOS

Depois da embaraçosa divulgação pela Wikileaks de alguns discursos de Hillary Clinton para um selecto auditório na Goldman Sachs, cujo teor não é muito conforme às versões aguadas que os estados maiores da sua imagem imaginam que o eleitorado preferirá ouvir, agora calhou a vez a Theresa May ser escutada a proferir uma conferência para a mesma organização em Maio passado, a propósito das suas perspectivas sobre o Brexit, perspectivas que não se encaixam com a versão pública que tem vindo a assumir depois de ter assumido o cargo de primeira ministra. Para além da coincidência irrelevante de se tratar de duas mulheres em cargos de topo, realce-se a outra coincidência, essa bastante mais preocupante, a da diferença dos seus discursos quando eles se realizam indoors e para uma audiência seleccionada e as versões outdoors para o povo at large, que, por acaso, é quem as elege apesar de se saber que as campanhas eleitorais são financiadas predominantemente pelos primeiros. A franqueza (e a de Donald Trump é um susto) também pode - e deve - ser um atributo político...

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