Oswald Boelcke (1891-1916) foi, com Max Immelmann (1890-1916), um dos dois primeiros ases da aviação alemã da Primeira Guerra Mundial. Receberam ambos a mais alta condecoração prussiana, a Pour Le Mérite (que veio a ser displicentemente designada depois por Blauer Max entre os pilotos) no mesmo dia. Foram os percursores daquele que veio a ser o mais famoso piloto de guerra daquele conflito, o barão Vermelho, Manfred von Richthoffen (1892-1918). Immelmann e Boelcke morreram no mesmo ano, 1916. Durante o primeiro semestre desse ano houve uma disputa entre os dois quanto ao número de aviões inimigos abatidos. Quando Max Immelmann morreu em combate em 18 de Junho de 1916, havia conseguido alcançar 15 vitórias confirmadas e foram as próprias autoridades alemãs que impediram Oswald Boelcke de voar missões de combate nos tempos mais próximos, considerado o impacto conjugado das mortes dos dois ases em termos propagandísticos. O estilo dos dois homens diferenciava-os mas também os complementava: Immelmann era um virtuoso da acrobacia aérea, ainda hoje a manobra de Immelmann o recorda; Boelcke era um tático do combate aéreo com intenções pedagógicas, que compilou metodicamente os seus conhecimentos num manual que ficou conhecido por Dicta Boelcke. Quando morreu, há precisamente cem anos, 28 de Outubro de 1916, os quatro meses de intensa actividade nos ares que haviam decorrido desde Junho, haviam-no feito distanciar-se enormemente das proezas de Immelmann: Boelcke contava com 40 vitórias aéreas no dia em que morreu. Manfred von Richthoffen era um dos pilotos que o acompanhava na patrulha, mas era ainda apenas um maçarico cuja primeira vitória ocorrera apenas um mês antes - só abatera 5 aviões até então. Como se pode ver pela pequena história ilustrada da imagem, Oswald Boelcke morreu em combate mas não foi abatido por um inimigo: a asa superior do seu avião foi atingida acidentalmente pelo trem de aterragem do avião de um dos seus camaradas (Erwin Böhme) e o avião despenhou-se, causando a sua morte. Boelcke tinha 25 anos, a mesma idade de Immelmann quando este morreu, e também a mesma idade que Richthoffen terá por ocasião da sua morte nas mesmas circunstâncias em 21 de Abril de 1918.
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