13 de Julho de 1990. Em Portugal, a vergonha embaraçada pelo colapso generalizado do socialismo por todo o lado era um privilégio do PCP e dos comunistas, mas não era um exclusivo deles: havia também a UDP e o seu escol de militantes presentes e passados (Acácio Barreiros, Esther Mucznik, António Perez Metelo, José Mariano Gago, Nuno Crato, Jorge Coelho, João Carlos Espada, Henrique Monteiro, José Manuel Fernandes, Mário Tomé, Luís Fazenda) que alardeara como modelo preferível ao soviético o socialismo albanês. Albânia que, como se vê acima, nesta edição de há trinta anos do Diário de Lisboa e numa notícia de primeira página, fazia agora uma triste figura marxista-leninista, como produtora de refugiados que abandonavam o tal de paraíso em levas que a fotografia abaixo tão simbolicamente documenta. É verdade que a esmagadora maioria dos nomes acima mencionados já então se passeavam por outras paragens políticas, mas recordo-me perfeitamente como, já na altura, se percebia que qualquer deles, mesmo os que haviam saído e por muito que então fingissem que já não tinham nada a ver com o assunto, não escapavam a uma carimbadela na testa, pela ingenuidade das suas ingenuidades políticas da juventude.
Sem comentários:
Enviar um comentário