12 de Julho de 1970. Lembro-me que esta queixa, a da sobrelotação dos barcos da carreira de Olhão para a ilha da Armona, era tão tradicional quanto o aparecimento da época balnear. E formulá-la era também muito mais fácil do que corrigi-la, porque ninguém, nem mesmo os mais indignados, teriam coragem de colocar fiscais a contar pessoas e a limitar os embarques, obrigando os veraneantes a esperar pelo menos mais uma hora pelo próximo barco e aturando as suas reclamações. Isso seria a negação da prosperidade da vila. Os navios lá continuariam a navegar por anos e anos, ajoujados e obrigados a manobras mais inspiradas na baixa mar, como se constata por este vídeo de 1977 abaixo, com o saudoso Rio Belo.
Nitidamente, por aqueles dias de Julho de 1970, algum dos membros mais destacados da redacção do Diário de Lisboa estaria a passar férias em Olhão... e, mesmo de férias, não resistia ao bichinho do jornalismo, enviando várias peças com temas locais da vila algarvia, como fosse aquele caso acima da lotação dos barcos da carreira da Armona (e do Farol), o então o do assoreamento da ria ou ainda o do (proverbial) mau cheiro que ali se fazia sentir quando da maré-baixa (abaixo).
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