11 julho 2020

O MASSACRE DE SREBRENICA

11 de Julho de 1995. É a data em que se considera que terá começado o massacre dos prisioneiros (mas também civis) bósnios que as tropas sérvias haviam capturado por ocasião da conquista da pequena povoação de Srebrenica, que tivera lugar alguns dias antes. Não me interessa contar aqui o que aconteceu, apenas as lições que se podem extrair do que aconteceu. No final da guerra, mais de 8.000 corpos serão exumados de valas comuns e uns 6.000 serão identificados, constando os seus nomes de um memorial (fotografia acima). Se a História tiver servido para ensinar alguma coisa aos vindouros, deste (verdadeiro) Massacre, ocorrido há 25 anos, pode concluir-se:

a) Que os militares sérvios eram comandados não apenas por criminosos, mas por criminosos imbecis que nunca conseguiram explicar qual a vantagem militar ou outra de assassinar 8.000 pessoas naquelas circunstâncias; contudo, o enorme preço político que a Sérvia paga até hoje é que os sérvios são considerados internacionalmente como os nazis maus de um conflito (a cisão da Jugoslávia) que não foram eles a desencadear, nem teve inocentes;

b) Que, quando as coisas se põem feias, é que se percebeu que as forças de interposição da ONU - os conhecidos capacetes azuis - estão lá apenas para enfeitar: a vergonha recaiu especificamente sobre os holandeses, que eram os que estavam em Srebrenica e que foram as testemunhas passivas do que aconteceu, mas o Massacre serviu como uma parada de poker em que alguém paga para ver, e se vem a descobrir que não há nenhum contingente daquelas tropas que se disponha a sofrer baixas por causas altruistas;

c) Que para os padrões da nossa simpatia solidária, ele há vítimas... e vítimas. Este caso dos bósnios muçulmanos é de escalão intermediário - são caucasianos (um ponto a favor), mas não professam a melhor das religiões. Um pormenor engraçado é aquele que destaca o facto de nas tropas sérvias se contarem algumas centenas de voluntários russos, extremistas ortodoxos, ao mesmo tempo que se esquece o facto de que havia também algumas centenas de gregos nas mesmas condições. Afinal a Rússia ainda é um inimigo tradicional do Ocidente, enquanto a Grécia faz parte da NATO e da União Europeia.

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