A notícia abaixo, associando o Diário de Notícias e a Lusa, é apenas mais um episódio evidenciando a mediocridade preguiçosa da classe dos jornalistas. E, acrescente-se, nem mereceria o destaque, não se tivesse dado o episódio de censura de que fui alvo, como adiante explicarei. A notícia em si, como se pode ler abaixo, fala da expulsão da Rússia do Conselho da Europa e do comentário desagradado da Amnistia Internacional a essa decisão. Podemos achar imensas coisas a respeito da decisão e do tópico, mas dou um doce a quem souber de antemão (sem consulta...) qual o âmbito da actividade do Conselho da Europa. Mas tudo isso é acessório para o que quero realçar. No final da notícia, quiçá para enfatizar quão raras são as sanções do Conselho da Europa sobre os países membros, conta-se a história da suspensão da Grécia da organização, por sinal um assunto já aqui evocado por mim no Herdeiro de Aécio. São legítimas as desconfianças que tal detalhe não resultasse do árduo trabalho de pesquisa dos jornalistas portugueses, já que a história da suspensão da Grécia consta de outros resumos noticiosos apresentados anteriormente por outras agências concorrentes da Lusa (veja-se o caso da Reuters). É mais um caso em que se suspeita que o que os espertalhões dos jornalistas da Lusa/Diário de Notícias se limitam a fazer é a traduzir, retocar e retocar um outro texto. Sintoma disso é que, apesar de se falar da Grécia, em contraste nem sequer aparece qualquer referência à história de Portugal naquela organização (Conselho da Europa). História essa que me parece ter algum interesse: Portugal só se tornou membro do Conselho da Europa em Setembro de 1976. Depois do 25 de Abril... mas também depois de 25 de Novembro. Pois bem: foi um comentário com o teor do que acabei de expor nestas últimas linhas que foi rapidamente apagado - menos de meia hora. A preguiça que se manifestou na falta de investigação do material noticioso, é aqui substituída por um contrastante zelo em apagar rapidamente as críticas, mesmo sendo elas substantivas. Ou, se calhar, precisamente por elas serem substantivas. A ironia final de tudo isto é que o que está por detrás do tema central da notícia é uma questão de Liberdade - aquela que o próprio órgão de informação que a publica se encarrega de coarctar.
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