Um problema colateral à questão da mediocridade da informação que é produzida - de que outro dia trouxe para aqui o exemplo do «porta-aviões que sobrevoou os arredores de Taiwan» - é que o padrão que se estabelece arrasta tudo atrás de si. Este senhor que assina a crónica abaixo considera-se decerto autor de pensamentos muito inteligentes quando elucida os seus leitores que uma guerra «não se ganha nos ecrãs». É uma evidência tão óbvia, que se podia acrescentar que no decurso da esmagadora maioria das guerras que se travaram ao longo da nossa História, nem sequer havia ecrãs. Portanto, os ecrãs são obviamente dispensáveis para o desfecho das guerras. Não sei se o autor do truismo abaixo, do alto da sua pedagogia, conceberá que aquilo que escreveu é o desmentir de uma infantilidade, assim ao jeito de explicar aos seus leitores no Correio da Manhã que «o pai natal não existe». Nem todos acompanham, só alguns leitores - aqueles que, por exemplo, têm a impressão que os porta-aviões têm asas.
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