13 de Março de 1922. A notícia do Diário de Lisboa da «prisão do agitador Gandhi» era dada como originária de Bombaim. Por sinal, essa prisão fora efectuada em Amedabade (e não Ahmecabad...) no Gujarate (o estado natal de Gandhi), e ocorrera três dias antes, a 10 de Março. Como se depreende, está-se perante um jornalismo vagaroso e displicente. O mesmo não se poderá dizer da justiça. Já na própria notícia se percebia a preocupação em que o julgamento fosse célere, terminasse «dentro de 15 dias». Nem isso. O réu confessou desde o princípio a sua intenção sediciosa de «provocar o ódio e o desprezo pelo governo estabelecido por Lei na Índia Britânica.» Simplificados os procedimentos, Gandhi veio a ser condenado a seis anos de prisão, pena que começou a cumprir em 18 de Março de 1922. Gandhi já era uma figura suficientemente importante para que lhe fosse dedicado um pequeno documentário de quase três minutos (mudo, como todo o cinema de então). Mas o poder das imagens, sobretudo as suas vestes ascéticas, até nos faz esquecer que fora apenas seis meses antes que Gandhi decidira deixar de envergar roupas ocidentais.
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