11 março 2022

O FIM DA VIAGEM DO «LUSITÂNIA EXPRESSO»

11 de Março de 1992. Ao largo de Timor e cercado de quatro fragatas indonésias, o ferry-boat Lusitânia Expresso é obrigado a regressar à Austrália. A acção era bonita: levar até Dili uma delegação internacional de estudantes para depor uma coroa de flores no cemitério de Santa Cruz para evocar o massacre que aí tivera lugar quatro meses antes. O problema era tudo o resto, nomeadamente o facto de não se ter contactado as autoridades ocupantes - indonésias - que controlavam o país. E que não iriam certamente autorizar a expedição. Tudo acabou como quem de juízo esperaria que acabasse, e felizmente sem (mais) desastres pessoais (do que os timorenses mortos em Novembro). Ficou a coreografia da cena, em que calhou o papel de mau ao despotismo indonésio - uns antigos colonizados que se haviam tornados colonizadores. O tema e a efeméride (30º aniversário) parecem-me demasiado bons para que não haja por aí algum órgão de comunicação que não o explore mais a fundo.

Sem comentários:

Enviar um comentário