10 janeiro 2023

O MÉTODO UM POUCO EMPÍRICO COMO AS AGÊNCIAS DE NOTAÇÃO FINANCEIRA ATRIBUEM ESTRELAS MICHELIN

A edição do Público de 6 de Janeiro passado continha um artigo verdadeiramente interessante tentando apurar as razões objectivas porque o rating da dívida pública portuguesa era inferior em um ou dois níveis ao rating da dívida pública espanhola. E... o autor não as conseguiu apurar, pelo menos invocando os indicadores canónicos que a ciência económica diz que devem ser considerados para estas avaliações. A notícia acaba por deixar no ar aquela sensação que, por detrás de grandes explicações para entreter os crédulos, estas classificações se baseiam numa grande dose de intuição e subjectividade, como acontece, aliás, com tantos outros sistemas de classificação do género, a começar, por exemplo, pela (suposta) exigência como as estrelas michelin são atribuídas aos melhores restaurantes de todo o Mundo - o que é uma disparatada aldrabice à escala mundial... e à portuguesa também. Ficara-me eu com esta analogia entre os ratings e as estrelas michelin, quando hoje sou surpreendido pela notícia abaixo, de que um dos nomes mais emblemáticos dessa constelação restaurativa - já aqui destacado por mim neste blogue por causa de uma intoxicação alimentar - o restaurante dinamarquês Noma vai fechar, mau grado as estrelas que adquirira. Uma investigação rápida permitiu-me descobrir que, no meio, não terá sido uma grande surpresa, já que o restaurante saíra de moda, e a pique: deixara de ser 1º para não aparecer sequer na lista dos primeiros 50 classificados. Mas, se esta história das estrelas michelin é mais ridícula do que séria nas suas consequências, a dos ratings pode tê-las e muito mais graves: imaginem o colapso financeiro de uma grande potência, daquelas que nenhuma agência financeira se atreve a mexer no rating, senão ela zanga-se...

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