Domingo, 25 de Janeiro de 1948. O governo francês, presidido por Robert Schuman, escolhe o dia para anunciar uma significativa desvalorização de 44,4% do Franco francês em relação do Dólar norte-americano. Este último passa a valer 214,392 francos contra os 119,1 que valia anteriormente. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial que a França se debatia com o problema de uma inflação galopante que os sucessivos governos não conseguiam controlar (como já aqui se deu conta neste blogue). Um outro aspecto, também aqui já mencionado, e que nesse dia também se tentou pôr cobro, liberalizando o seu comércio, foi ao contrabando de ouro. Mas o aspecto a que aqui pretendemos dar mais relevo é ao formato como se pretendeu apresentar, tanto interna quanto externamente, essas medidas. A notícia que o Diário de Lisboa publicava, puxava para título a questão semântica de que o governo francês se socorrera: o franco não era desvalorizado, mas sim estabilizado. O pior é que a iniciativa incomodara os seus homólogos do outro lado da Mancha, e Londres reagia negativamente à iniciativa despojada dos cuidados terminológicos de Paris. Não sei se valerá a pena acrescentar o óbvio: era perante este cenário cambial europeu que a reputação do escudo português (e Salazar) fazia(m) figura.
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