23 janeiro 2023

O ESPIÃO BRITÂNICO KIM PHILBY DESERTA DISCRETAMENTE PARA A UNIÃO SOVIÉTICA

23 de Janeiro de 1963. O agente britânico do MI5 Kim Philby (acima, a ser entrevistado em 1955), que trabalhara secretamente para a União Soviética como agente duplo por quase 30 anos, desapareceu após ter tomado uns copos com um colega - Nicholas Elliot - num hotel de Beirute, cidade onde então morava. Contudo, esta discreta deserção de Philby que ocorreu há precisamente 60 anos só veio a tornar-se conhecida do grande público dali por mais de cinco meses, em 1 de Julho (abaixo, a primeira página da edição de um dos jornais ingleses, o Daily Herald).
Nessa altura, a imprensa britânica perguntava-se se, como acontecera com outros espiões britânicos em casos precedentes, também Philby fora avisado de que o iam prender para que ele pudesse fugir. Aquilo que se lê a esse respeito, escrito décadas depois (abaixo), indicia fortemente que sim. Kim Philby era um embaraço ambulante, já que anteriormente (em 1955) fora alvo das mesmas suspeitas de ser espião e fora absolvido delas pelas conclusões uma comissão presidida por... Harold Macmillan, que se tornara depois, e era ainda nessa altura de 1963, o primeiro-ministro britânico!
Nós já tivemos muitos episódios ridículos envolvendo primeiros-ministros na nossa História. Ainda agora temos em curso um (ex-primeiro-ministro) que ainda não foi condenado por corrupção porque... na verdade não se sabe bem porquê, já que o processo corre há oito anos sem ainda ter chegado a Tribunal! Mas, no domínio da incompetência patética, um episódio envolvendo um primeiro-ministro que é encarregado de encabeçar uma comissão para descobrir se um espião é espião (e ele é mesmo espião!) e depois que não o descobre!... - esse pináculo de incompetência ainda não tivemos...

Sem comentários:

Enviar um comentário