Se foi a 20 de Janeiro de 1973 que Amílcar Cabral foi assassinado em Conakry, foi só dois dias depois que o acontecimento veio a ser noticiado em Lisboa (acima). Diga-se que o problema do seu assassinato é que, como o jornalista português José Pedro Castanheira veio a explicar mais de 20 anos depois (abaixo), o líder do PAIGC possuiria muitos mais inimigos do que apenas as autoridades coloniais portuguesas que combatia, e tornou-se depois praticamente impossível identificar com segurança quem teria estado por detrás dos autores materiais do assassinato, autores esses que foram dissidentes internos do próprio PAIGC. Na senda do assassinato, sucedeu-se uma sangrenta - mas duvidosamente eficaz - purga interna dentro da organização, com um número indeterminado de executados, e o que de melhor se faz nos dias que correm é falar o mínimo a respeito desse assunto - como acontece com a página da wikipedia em português respeitante a Amílcar Cabral. É óbvio que o regime português é - continua a ser - o principal suspeito de ter estado por detrás do seu assassinato. É estranho que o tivessem organizado com tal mestria que, depois de Abril de 1974 e apesar dos esforços para tal, não se tivesse encontrado nenhuma comprovação sequer credível dessa autoria.
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