Gostei particularmente da forma como se estreou o novo Provedor do Leitor do Público. Gostei do caso que elegeu, o tratamento muito diferenciado que foi dado por aquele jornal a dois casos de inexplicáveis decisões autárquicas, casos que parecem ser essencialmente idênticos. Mas também gostei da forma como abordou o assunto. Os esclarecimentos que o director do jornal, Manuel Carvalho, prestou às questões colocadas são metodicamente (muito bem) destroçados (acima, do lado direito) nas suas incongruências e omissões, deixando-me a suspeita que Manuel Carvalho ande um pouco destreinado no engenho e empenho que coloca nas suas explicações, por causa da complacência do provedor anterior. Tanto mais constrangedora (a descompostura à resposta de Manuel Carvalho) quando, por ironia, e porque se aplica que nem uma luva à situação denunciada, numa outra página daquela edição do jornal, o cronista José Pacheco Pereira (abaixo) começa a sua crónica denunciando o hábito da comunicação social ir comer à mão do «que lhe põem no prato». Que foi o que parece ter acontecido aqui: o Público preteriu inexplicavelmente a promoção a um caso que resultava de uma investigação jornalística própria (o de Penamacor) em favor de um outro (Caminha) que, mais do que provavelmente, lhe foi alimentado pelo circuito das intrigas políticas da capital. E, como remata o novo provedor, os dois autarcas até são do mesmo partido (PS)!
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