07 janeiro 2023

OS PRODÍGIOS DE UMA MÁQUINA CALCULADORA

Se já demos conta aqui de uma notícia de uma descoberta científica dos princípios da década de 1930 que se veio a revelar uma completa aldrabice, é de toda a justiça destacar, para contraste, uma outra que não o é. Esta máquina calculadora que é tão gabada pela notícia acima de 7 de Janeiro de 1933 era uma realidade, embora as suas proezas, como a resolução da equação de Schrödinger (1926) e da equação de Thomas-Fermi (1927) estivessem certamente muito para além da compreensão dos leitores da época, dos leitores actuais, do próprio autor destas linhas e, já agora, do próprio jornalista que escreveu então o artigo, que nem faria a mínima ideia quem eram aqueles que referia, já que conseguiu a proeza de se enganar nos nomes dos autores das equações: Schrödinger e não Schodinger, Fermi e não Fermie... A fotografia da máquina (que não foi publicada no jornal) dá-nos uma pista de qual seria o óbice para uma máquina tão performante: por recorrer predominantemente a meios mecânicos, era extremamente complexo e moroso recalibrá-la para efectuar cada novo cálculo. O construtor, o professor Vannevar Bush (1890-1974), foi uma daquelas figuras históricas muito pouco conhecidas fora dos meios científicos, mas que poderia ter servido de inspiração para a personagem do professor Pardal da Disney.

Sem comentários:

Enviar um comentário