Comparando estas duas notícias do Jornal de Notícias que foram publicadas já este mês (5 e 11 de Janeiro), percebe-se que a foto é a mesma e que o nome é o mesmo, tratar-se-á quase certamente da mesma pessoa (a não ser que tenha um irmão gémeo...), mas na da esquerda é o presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova que é condenado a quatro anos de pena suspensa e na direita é o presidente da distrital de Coimbra do PS que se demite. Eu ainda consigo depreender que aquela mesma pessoa - o condenado Nuno Moita - possa deter aqueles dois cargos em simultâneo, mas, a ser assim, convém que os jornalistas esclareçam os leitores da segunda notícia se a demissão se aplica aos dois cargos ou apenas a um e, neste último caso (só uma demissão), procurar saber junto do visado porque é que o presidente da Câmara e da distrital só se demitiu da presidência da distrital, quando se percebe, pelo que se noticia, que as razões da condenação se fundam no seu comportamento quando ele ocupava ainda um terceiro cargo, o de «vice-presidente do Instituto de Gestão Financeira e de Equipamentos da Justiça (IGEFJ)». Enfim, o que perpassa da junção das notícias é que esta gente do aparelho dos partidos ocupa tantos cargos que até se arroga o direito discricionário de escolher aqueles de que se demite, caso não haja pressão político-mediática (ou outra...) para o fazer em relação aos outros cargos. Quando parece existir essa pressão, as demissões irrompem espontâneas, quais cogumelos, como se desconfia terá acontecido com a demissão de ontem de um assessor de António Costa, após ter sido condenado num processo como antigo presidente da Câmara do Cartaxo. Ou seja: ambos condenados, o que era do Cartaxo demite-se de um outro cargo que passou a ocupar, o que é de Condeixa-a-Nova demite-se de um outro cargo que ocupava. É difícil perceber o critério. Se houver critério. O que se reconhece é que, por muita aplicação que os assessores governamentais possam pôr na projecção da imagem do primeiro-ministro, por muito que dissimulem a cobertura de episódios como o de Coimbra-Condeixa, não conseguem rectificar a imagem que, tanto governo, quanto partido, parecem andar completamente fora de controlo.
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