Peão de brega - também mais familiarmente o capinha - é uma daquelas figuras da tauromaquia injustamente menosprezadas. Parecem acessórias para o espectáculo mas este ressente-se quando a sua função é desempenhada com garbo mas sem aquela habilidade de capear convenientemente o touro. Não pode ser só uma salva de notícias (que se adivinham pré-preparadas e plantadas tal a semelhança de conteúdo), que pode servir de suporte aos soundbites preparados pela organização do congresso do PSD a respeito do discurso destinado às vozes discordantes do partido. Há também a habilidade e o percurso do capinha José Pedro Aguiar-Branco para tornar credível aquilo que o puseram a dizer. É que esse, sobre os votos que fazem os barões, reuniu tão somente 1.600 (3,6%) entre os militantes do PSD da única vez que se apresentou a disputar a sua liderança em 2010. Um gesto que lhe dará moral para falar do tema, mas que lhe devia moderar o engrossamento da voz quando o trata... E, quanto às eleições autárquicas, para onde remeteu os contestatários internos, convém recordar aquilo que lhe aconteceu nas últimas: apresentando-se a encabeçar a lista à Assembleia Municipal do Porto em reforço à candidatura de Luís Filipe Menezes à Câmara, José Pedro Aguiar-Branco conseguiu a proeza da sua lista ter recebido ainda menos 900 votos (e menos 0,7%) do que a candidatura principal de Menezes, que por sua vez alcançou um resultado (21%) já de si considerado catastrófico. Eu não quero agoirar mas suspeito que, com esta sua disponibilidade, essa próxima candidatura do PSD a Guimarães em 2017 só vai ficar mais complicada...
Como se demonstra, houvesse um verdadeiro escrutínio jornalístico sobre as vezes que José Pedro Aguiar-Branco tem ido a votos e os resultados que alcançou e o distinto causídico portuense poderia não passar de mais um daqueles históricos do PSD. Como não há esse escrutínio (como se constata pela coluna da esquerda da imagem acima), a mediocridade prospera... Até entre os capinhas, perdão, os peões de brega da política partidária.
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