O cúmulo do snobismo,
é falar de Mendelssohn,
sem nunca ter visto os seus quadros...
Se há verdade indesmentível é que não se deve parodiar o snobismo procurando ser mais snob do que os snobs, apesar de se saber o quanto a cultura daqueles costuma ser frágil. Aliás, quando mais exuberantes são, mais frágil ela costuma ser. E aplicar aos snobs o seu próprio tratamento é uma receita extremamente cómica. Mas, quando se parodia algo ou alguém, para além de se ser trocista, temos que nos preocupar em alargar o mais possível a compreensão da mensagem em função da audiência. No exemplo que se mostra acima, a mensagem não passa porque a referência ao relativamente desconhecido Mendelssohn estraga o efeito da piada: não são só os snobs, nem sobretudo os snobs, que ficarão na dúvida se Mendelssohn terá sido ou não um pintor. E assim lá se vai o efeito da piada. É preferível alterar o nome do compositor para outro que seja de muito mais fácil identificação, como Mozart (abaixo). É a versão como a piada é publicada no Facebook. Claro que assim a piada perde a função a que se propunha: haverá mais gente a rir mas os snobs já não se sentirão verdadeiramente visados, por causa da vulgaridade da referência - quantos tomarão Mozart por pintor? São as contradições inerentes entre o humor inteligente e o volume das gargalhadas.
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