Ainda no mês passado o governo completou os seus 100 dias e já se encadeiam os episódios envolvendo João Soares, ministro da Cultura - porventura uma das pastas menos importantes do executivo. Eu, mesmo acreditando no mau jeito político de João Soares, é que não consigo acreditar em tanta falta de jeito - assim como a entrada intempestiva em palco do capitão Haddock nas Sete Bolas de Cristal, com a cabeça do boi enfiada pela cabeça, chocalho badalante, quadro furado dependurado num dos cornos mais o cortinado no outro, e a acabar de rabo enfiado no tambor da orquestra só se conseguiu conjugar por causa do lápis e da imaginação de Hergé. Como com João Soares, tudo aquilo torna-se demasiado cómico para ser verdadeiro. Adenda: ...mas, mesmo assim, chegou para a demissão. O processo que conduz ou não conduz à demissão dos ministros em Portugal permanece, para mim, um mistério: excessos de conduta e mesmo até contar anedotas infelizes pode levar a isso, mas ser-se responsável por faltas graves e mesmo pelo colapso dos serviços que o seu ministério tutela não.
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