30 abril 2016

«QUÁSI...» de SÁ CARNEIRO (o Mário)

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d'asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...

A 26 de Abril de 1916 (completou-se o centenário há poucos dias) Mário de Sá Carneiro suicidava-se em Paris. E, por uma tortuosa associação de ideias, lembrei-me destes primeiros versos do seu poema mais conhecido quando comecei a ler o princípio da crónica desta semana de José Pacheco Pereira. É que a crónica também estará quase, porque estão lá as referências, o Papa e o MRPP, ele próprio, Manuela Ferreira Leite e José Eduardo Martins, Bagão Félix e Ana Avoila, o que lhe lá falta - e faz muita falta - é a identificação dos referenciadores, os tais poucos que, na sua opinião, passam por muitos porque se multiplicam quotidianamente. Quem são? Serão os activistas disfarçados de jornalistas institucionais como a Helena Matos e o José Manuel Fernandes? Ou os disfarçados de jornalistas travessos como o Rodrigo Moita de Deus e o Paulo Pinto de Mascarenhas? Ou os que não estão disfarçados de jornalistas, são só institucionais, como o João Carlos Espada e o Jaime Gama? Faltando nomeá-los, pelo menos aos nomes principais, quiçá para preservação do seu estatuto sobranceiro de opinador, perde-se muito da limpidez de toda a cena, é como se lhe faltasse o golpe d'asa a que acima se refere Sá Carneiro...

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