13 abril 2016

O MEU MINISTÉRIO POR UMA GRAVATA e/ou A TÉCNICA DO RABEJADOR DE MARCOS PERESTRELLO

Apercebo-me que o mais penoso nestes episódios marginais que ocupam noticiosamente os dias não serão os episódios em si, menores, mas pontualmente interessantes, antes a forma algo sórdida como são explorados pelas facções em disputa. Regressemos ao episódio mais recente que culminou com a demissão do chefe de estado-maior do Exército. Já aqui me referira a ele, o ministro mostrou-se pouco hábil, os subordinados mostraram ter ficado com uma má impressão de si, coloquialmente o ministro espalhou-se. Mas isso não chegará em termos de luta política e haja logo quem aproveite a inércia do momento de embaraço para popularizar uma imagem bem pouco protocolar do ministro (acima).
As redes reagem naturalmente ultrajadas e com uma nova remessa de epítetos para o ministro, que conceber uma ausência de gravata numa cerimónia exige muito menos capacidade de abstracção do que qualquer conduta ministerial inábil. Até aparecer a sua defesa, que recupera a fotografia antes de ter sido (propositadamente?) retocada, exibindo o contexto e as circunstâncias que podem explicar (estava no Kosovo) e que, de facto, me parecem amenizar as causas para a ausência da (tornada) celebérrima gravata. Mas a manobra não se fica por aqui, passa-se ao contra-ataque e salta o secretário de Estado a terreiro em defesa do titular da pasta (abaixo).
Fica por me explicar qual o impacto para sanar o problema que pode ser produzido por um boy do PS, por muito que ele sobrace uma secretaria de Estado... Mas, já que estamos a falar de agentes políticos disfarçados de uma outra coisa diferente, relembro como outro dia qualifiquei de técnica das chocas um dos expedientes da jornalista Helena Matos - não por acaso a autora da maldição da gravata do ministro mais acima... Pois agora, sobre Marcos Perestrello e não perdendo a mão para as analogias tauromáquicas ele é a técnica do rabejador: aparece só depois da pega e exibe-se magistral para sacar umas últimas palmas da assistência...

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