O governo francês sobreviveu, no princípio da semana que agora termina, a duas moções de censura, a que se decidiu não prestar qualquer espécie de atenção. A aposta revelou-se certa, já que o governo não foi derrubado. E contudo, registou-se a novidade dos deputados da extrema direita de Marine Le Pen terem votado em conjunto com os deputados da extrema esquerda de Jean-Luc Mélenchon (...aquele senhor que o José Manuel Fernandes não sabe pronunciar o apelido...). E depois disso, sucedem-se os apelos - acima - à amizade facho-comunista. Ora tanto abraço fraterno e tanto beijo na boca entre inimigos políticos que se odiaram desde 1941, fazem-me lembrar a cordialidade tácita que, cá por Portugal, temos visto grassar entre os putinistas, que os há originários tanto da extrema esquerda como também da extrema direita. Ao ouvi-los e descoladas as etiquetas de origem, é sempre difícil descobrirmos em que ponta os sentaríamos num hemiciclo virtual. Se outra virtude não lhe ficar da História, Vladimir Putin ficará certamente com a fama de ter sido o catalisador de tal «caldeirada».
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