4 de Outubro de 1992. Assinatura em Roma do Acordo Geral de Paz para Moçambique. Assinaram-no Joaquim Chissano, como presidente de Moçambique, e Afonso Dhlakama, como dirigente máximo da Renamo. As expectativas eram grandes, mas é possível perceber com o distanciamento dos trinta anos entretanto decorridos, quanto a sociedade moçambicana não possuía ainda a maturidade suficiente para o cumprimento dos ambiciosos objectivos de democratização da sociedade que estavam previstos no Acordo que se firmava em Roma. E mais do que a força política e militar da Renamo a contestar a da Frelimo no poder, é a autoridade do próprio Estado que permanece muito débil (ver Manuel António e o fenómeno Naparama). Em 2013, as duas partes signatárias voltaram ao conflito armado. E em 2019 tornou a reencenar-se nova cerimónia de assinatura de um acordo de paz entre o governo da Frelimo e a Renamo. A exuberância é grande, talvez em demasia, considerando o aspecto avantajado dos dois signatários e o respectivo abraço, mas o mais significativo é que a ingenuidade e as expectativas da cerimónia de 1992 já se haviam perdido há muito. E entretanto rebentou uma insurreição islâmica na província de Cabo Delgado que o governo não consegue controlar.
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