22 de Outubro de 1962. Mais de uma semana depois da Crise dos Misseis de Cuba ter começado, o presidente John F. Kennedy informa os norte-americanos da situação. Fá-lo através de um discurso televisivo ao país, a partir das 07H00 da tarde daquela segunda feira. O discurso completo tem uma duração de 18 minutos e, na opinião de quem os costumava escrever (Ted Sorensen) terá sido, não o mais bem escrito, nem sequer o mais significativo, mas, do ponto de vista histórico, foi o mais importante dos discursos que John Kennedy terá proferido durante o seu mandato. Neste discurso, o presidente comunica aos seus compatriotas aquilo que se sabia até então sobre as intenções soviéticas em instalar mísseis em Cuba, assim como aquilo que ele decidira implementar para as contrariar, nomeadamente o bloqueio naval da ilha. Tratava-se de um enfrentamento directo entre Estados Unidos e União Soviética, de consequências imprevisíveis, senão mesmo uma possível guerra nuclear, e o panorama noticioso depois disso reflectia a gravidade da situação. A edição seguinte do Diário de Lisboa dedicava 4 das suas 20 páginas ao assunto, com o destaque que se pode apreciar abaixo. E mais uma vez, demonstrando como, em informação, os problemas não têm um valor absoluto, as notícias têm apenas um valor relativo, a guerra que, dois dias antes, acabara de eclodir entre a China e a Índia (por sinal, os dois maiores países do Mundo em população...), essa guerra não tem direito a uma linha sequer nesta edição abaixo do Diário de Lisboa.
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